Há noites em que realmente, eu não desejo estar aqui, onde estou, tão pouco ser o que sou...
Só desejo correr sem parar de encontro ao nada...
Há noites em que o inferno frio, toma conta do meu vazio abissal e queima o corpo e alma. E num rompante de dor, choro lágrimas densas e salgadas...
Cheiro de pão quente pela casa, um maço de cigarro trocado e uma garrafa de tannat...
Pela garganta, o paladar taninoso do vinho achocolatado, escuro e frutado, entorpece a flor do desgosto funesto das circunstâncias vividas...
Que arrebata o peito, num lampejo sombrio, insólito, que cintila fosco e cada vez mais entendo menos a ordem natural e o seguir dos rios...
E sinto falta de quando tudo era fabuloso... Afago suave e mentiroso que me embalava feito canção de mãe e colo e histórias contadas em frente ao fogo...
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