sexta-feira, 30 de julho de 2010

...Corpo, Alma e Sonho

...Dentro de cada um tem sempre alguma coisa ou história interessante, pra ouvir... e elaborar... mas enquanto raposa, me aprofundar ainda é perigoso... preciso do corvo, porém ele ainda voa observando... ele ainda não quer pousar...




Detalhes que escapam aos olhos, mas que falam à alma...

Alma, é extensão do corpo e do sonho...

corpore anima et somnium...

A trindade mais absoluta que pode existir e tão ignorada e malucada nos dias de escuridão em que vivemos....

todo mundo está malucando e endoidando....

e deixando pra trás o que é essencial...

e é melhor deixar pra trás também, meus devaneios infindos...

um ronin não devaneia, ele só segue....

creio que não tenho sido um bom ronin... mas é justificável, ainda carrego a espada, sou ronin faz pouco... carrego máculas ainda...

um dia, seguirei pelo meio e carregarei um bastão e quem sabe ao atingir o sábio que existe no interno, serei pois, um ronin de mãos vazias...

e meu caminho estará completo... enquanto ronin...

solitário, individual e egoísta como deve ser um guerreiro sem mestre...

mais devaneios...

chega...

pra concluir, me dei conta agora que luto mesmo contra o ronin que desejo ser... mas é justificável sou ronin faz pouco....

preciso rever muitos conceitos....

mas um ronin não revê conceitos, ele só segue...

terça-feira, 27 de julho de 2010

...Dicotomia

Há noites em que realmente, eu não desejo estar aqui, onde estou, tão pouco ser o que sou...


Só desejo correr sem parar de encontro ao nada...

Há noites em que o inferno frio, toma conta do meu vazio abissal e queima o corpo e alma. E num rompante de dor, choro lágrimas densas e salgadas...

Cheiro de pão quente pela casa, um maço de cigarro trocado e uma garrafa de tannat...

Pela garganta, o paladar taninoso do vinho achocolatado, escuro e frutado, entorpece a flor do desgosto funesto das circunstâncias vividas...

Que arrebata o peito, num lampejo sombrio, insólito, que cintila fosco e cada vez mais entendo menos a ordem natural e o seguir dos rios...

E sinto falta de quando tudo era fabuloso... Afago suave e mentiroso que me embalava feito canção de mãe e colo e histórias contadas em frente ao fogo...

...Limiar

O que o mundo deseja mostrar? Com que fins, ele atravessa com cenas e circunstâncias, o plexo , sufocando o cardíaco e mantendo a kundalini no mesmo lugar? Pra quê os sinais, se não me cabe interpretá-los?


Por enquanto, entre café e coca-cola, insônia e enlatados, zepans e cigarros, sento e observo, percebo e monitoro, mas não entendo, não defino...

O quê infernos, ignoro?????

Até onde vai o limiar do conhecimento que não resiste aos questionamentos?

terça-feira, 20 de julho de 2010

...Preâmbulo

A dor é um sussurro em Terra 3 e uma sucessão de gritos insanos e espasmos febris e interiores em Terra Doida! Em Terra 3, a dor assopra e mordisca, quase erótica. Em Terra Doida, ela morde e arranca furiosa pedaços de nós, impiedosa,


O mundo é cão também em Terra 3! É cão, mas não late! É um cão que canta os agouros do mundo numa banda pós-punk-folk-gótica-lamuriosa!

E eu penso que, quando se ama, se ama para sempre! E esse para sempre é um vulcão que dorme quedo de qualquer maior abalo, indiferente ao epicentro!

E existem mil formas de amar, e todas são incondicionais e incessantes.

Pois não acredito em silêncios que falam. Tão pouco em palavras que silenciam e calam as idéias como se proscritas e renegadas elas fossem!

SAGAZ, ATROZ, FEROZ, AUDAZ...

,,,Olhe de cima! Bem de cima... É! Lá do alto mesmo!!! Escale a montanha factual mais alta que puder e observe... Somente observe...

Seja por um dia ou noites que parecerem infinitas, e desprovidas de qualquer propósito, observe...

Após um tempo, sinta...

Sinta na pele e nos poros que: o que vinha antes do ar e circundava a visão, perfurando a audição e ofertando aspereza ao tato enquanto degustavas com um paladar amargo, era nada mais do que nada, dentro do tudo aquilo que carregavas em teus olhares!

E ria, mastigando devagar... Fazendo-se valer de teus dentes e enzimas para misturar, esmagar e transformar o que tinhas: insossa, insípida e desenxabida ceia, no que realmente era... Um hilário banquete!!!

Refestele-se como um nobre, se dando ao luxo de apropriar-se da refeição com tuas próprias mãos, descartando talheres e melindres... Mesuras e meandros...

Largue –se entre cotovelos e pernas em cima da mesa que te parecia dura e concreta, cometida da pedra mais pesada, e perceba para teu divertido espanto, o concreto se alterar na mais abstrata e macia matéria que já bulistes um dia...

Seja o que for, faça navegar dentro da corrente migratória de teus humores. Contudo, permita-se sempre o comando do leme, se negando a qualquer outro reles posto ou patente, além de capitão. Reserve para ti a melhor cabine, pois, és tua, por direito. Logo, dentro da corrente migratória de teus humores, podes desbravar os mares mais revoltos com a astúcia do mais audaz navegador, transmutando-o em brando oceano. Mas não te esqueças que, o capitão é sempre o último a abandonar o navio!!! Os ratos se vão primeiro, mulheres e crianças depois, idosos, homens e tripulação... O capitão, não! Afunda com ele , se preciso, honrando e preservando um pedaço externo do que carrega de mais precioso dentro de si...

quinta-feira, 15 de julho de 2010

domingo, 11 de julho de 2010

domingo, 4 de julho de 2010

Prosas Insones

- EXECRÁVEl -
Pão com polenguinho, pq a nata de azeitona acabou, tua caixa d’água estoura e vc tem que comprar cola, pois tua casa inundou, o cabelo, hj não viu escova. Você calçou um velho par de tênis ao invés de tuas botas, porque não quer pisar suave, quer fazer tremer a porra do chão por onde pisa. 12 mg de bromazepan e tudo o que vc consegue é quase perder a hora do trabalho. Dinheiro, vc não aguenta mais deixar de gastar. Se programa pra economizar e quando vê duplicou em gastos o que deveria ter poupado. Vasculha a bolsa incansavelmente e encontra tudo menos, o teu par de óculos e digita cegamente como se estivesse prestes a se encaminhar para uma câmara de gás.
Deixemos de lado o lirismo e partamos pois, para encacetar as palavras através das letras com muita vontade de arrebentar o telado. Transferindo esta grande vontade de arrebentar a própria cara.
Observa as pessoas felizes endorfinadas, casais felizes estrogenados... E observa a si própria, irritada com a felicidade alheia... Ah, com a pseudo felicidade alheia!! Pseudo ou não, ela não é TUAAAAAAAAAAA!!!!! Seja má, só hoje pode, se parta em caquinhos de inveja!!!!!!!!!!!!
Sim, sim, sinta-se irritada. Cansada mesmo... Queira tocar um phodaaaaaaaaaaaa-se com toda a propriedade do phhhhhhhhhhh.
E lamente, lamente muito e lamente mesmo, ser o que é, e incomodar, enquanto tantos outros forçam ,o que não são, sob hipótese alguma e recebem palmas, reverências e muito, mais, muito mais atenção.
Sim, sim, ora pois, seja preconceituosa!!! Abomine, loiras oxigenadas, chapinhadas, vestindo roupas de oncinha, bolsas falsificadas de marcas francesas, casacos de capuz de pelinho e barriguinha de fora, num frio da porra e botas curtas de pelinhos e frufrus!! Permita o preconceito de que o bono era um Buda e morreu, depois do Vertigo . Execre mulheres que bebem e perdem a linha. Já perdi uma única vez na vida e me execrei, sim!!
Não queira mais escrever, só gritar, xingar e surrar a própria cara que enxerga diante do que é... após tantos murros na mesma parede.
Queira voltar a Buenos aires e estar agora escrevendo num daqueles cafés que ofertam acolhida, ou então numa antiga delicatessem que já não existe mais, num bucólico shopping do bairro do alto, onde podia se esconder na adega, enquanto degustava uma dão meia costa e um sanduba de shitake com tomate seco e musssarela de búfala ou pasta de salmão com castanhas. Pois é, os pousos sagrados e pacíficos que, há muito já se foram...
Enquanto uma grande maioria no mundo desfruta de suas pseudo /felicidades e utopias, roa-se, sabe-se lá de quê. Talvez de inconstância, recalque, desafeto...
E mais irritada se encontre, ouvindo transeuntes dissertarem sobre futebol, como se estivessem dentro do campo e mais, ganhando horrores para jogar ou comentar... deveras...
Isolamento, talvez seja a grande chave do momento. Isolar-me num mar de”zepans” Pois só assim há que se aquietar na porra da cama e casa, e consiga conviver com a solitute e o silêncio mortal que circunda.
Perceba enquanto digita , que as lojas começam a arriar suas portas e aparentemente, estampado no rosto de cada comerciário, o desejo de casa e descanso, balada e alegria, se estampa! Enquanto adentra ao café, um casal, decidindo o que consumir, trocando gentis adjetivos amorosos, tais quais: amor, querida, vida.... ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhrrrrrrrrrrrrrrrrrr, seja pseudo ou não, irrite-se! Se permita!!
Encharque seu note de chá de camomila, (não é à toa que não tenho o menor apreço por chá de camomila!) E peça aos deuses da informática que perseverem e preservem o teu pobre companheiro, poupando-o de um curto!
Só deseje digitar num café em silêncio, sem precisar aperceber-se dos fúteis convercês alheios! É hoje, eu posso e quero e me permito sim, toda a minha prepotência e arrogância que já me foi atribuída e que guardei na caixinha dos meus desafetos, por um longo tempo...
Porém... Eu quero julgar, condenar, incendiar e inflamar na fogueira das minhas vaidades, tudo o que me queimou, julgou, culpou e consumiu, enquanto eu diplomaticamente, resguardei, contornei e permiti! Eu quero hoje, toda a minha falta de humanidade que não me permiti em 35 anos...
Detestar, abominar, execrar, é projeção? Que seja então, contudo, quero incinerar toda a minha projeção, mesmo que para isso tenha eu, que me incinerar junto...
Cansei, cansei do mundo, cansei de tudo, cansei de estar aqui, só quero escapar numa fuga sonolenta e empurrar um dia de cada vez, enquanto os meus não se findam por aqui...



- O RONIN QUE SOU... -
Eu tenho um par azul de pantufas de coelho, um dragão tatuado no dorso, um mapa da Irlanda na parede, botas de couro e sobretudos que me aquecem no rigoroso inverno da montanha, tenho meus preciosos livros, cds de blues e filmes cult. Mesmo assim, por longos dias e infindáveis noites, me sento ao chão da minha sala, enquanto crepita ou não, minha lareira e choro baldes, celebrando a sordidez humana.
Nada me conforta, nem o vinho de minha humilde adega, nem o brie, tão pouco o damasco. Faço escambo com os pequenos prazeres, trocando a cara da minha dor, iludindo-a com analgesias baratas. Colocando a cereja no gelado sorvete da realidade que me cerca.
Consulto e idealizo projetos mundanos, como tentativa de escudo e surto, ao dar com os burros n’ água, após repetir tantos murros, na ponta de uma mesma faca.
Tudo o que tenho e o que sou, e o que me resta, é o que escrevo. Tudo o que ainda clamo em prosa é um tanto de alívio, já que há muito desisti de lutar contra meus moinhos de vento, e resoluta, aceitei o deserto e a condição de soldado, num campo de batalha sem barricada, nem parede de escudos.
Flanqueada por todos os lados, busco o torpor no caminho do Ronin. Contudo o Ronin que sou, desperto ainda não se encontra, dormente por muito, sinto, para meu angustiante desespero, ainda estará. E enquanto saboreio as provações farpadas do efêmero, que luta atroz em se fazer e estar permanente, me embriago, sufocando miúdo, a inquietação, observando a elementar e cômoda postura inumana, daqueles que se dizem, humanos. E tento em vão permanecer no alto, para olhar de cima, entretanto, como um caído entre tantos outros, que sei que por aí estão, mas não os encontro, tombo e me arranho, fraturo e me rasgo e encho baldes de pranto, sentada ao chão da minha sala, por longos dias e infindáveis noites, enquanto crepita ou não, minha lareira.
...Da Raposa que crepita na lareira junto ao Corvo,
Ravenfox...

- O SOL NOS DÁ A NOÇÃO DE TEMPO E O TEMPO NOS DÁ A NOÇÃO DE EXISTÊNCIA -
O sol nos dá a noção de tempo e o tempo nos dá a noção de existência. Um dia eu tive um sol e eu existi. Depois ele se foi para não mais voltar e o que eu era, gelou. E esperei que ele retornasse, entre rotações e translado, mas a escuridão tomou para si meu universo e o inverno rigoroso, se fez mais uma vez e talvez, para todo o sempre. A primavera esqueceu-se de seu trânsito em meu tempo.
E tive que a reaprender a existir dentro da minha escuridão e fabricar minhas próprias luzes para me acolher em suas sombras. E procurei o afago e o abrigo nas asas do Corvo e no pelo da Raposa. Meus irmãos mais que amigos. Minhas partes esquecidas e ofuscadas por meu antigo e utópico mundo ensolarado.

Para a Raposa cativada, rainha dos apegos, quando o mundo de frescor primaveril e de ensolarado verão, pronuncia a frase mais eleita em seu destino: “E aqui, nossos caminhos se separam.” Porque seu mundo se faz cíclico e para cada nova ordem é preciso o caos fadado ao gelo. Um arrepio de medo eriça seus pelos e seus ossos estalam e, em sua carne brotam estigmas sangrentos em dor. Uiva e urra a Raposa, chamando pelo Corvo num apelo desesperado e gélido, atravessado por gemidos sofridos. Quase cegos, seus olhos lacrimejados, se apertam ardidos, desejosos de alívio e de compreensão do movimento de partida dos cativantes presentes sazonais recebidos. Desfalcada do conforto temporal da roda do ano.
Quando a Raposa se cativa, submerge e desgraça seus instintos. E se faz necessário o Corvo, para cuidar de seus destroços e caçar seu alimento e tramar-lhe o vazio, tecendo-o com o devido cuidado e afago. Cabe ao Corvo o amparo e o asilo, a caça e a carnificina. Cabe ao corvo estraçalhar o sonho e deflorar o pueril resquício de cativeiro onde a Raposa abandonada pelo mundo e esquálida pelo inverno, padece em agonia, cansaço e desgosto.
Contudo, o Corvo ainda voa em círculos, observando ao longe a Raposa, estudando e escolhendo um pouso seguro, receoso por suas preciosas penas. Ponderando o reencontro com a canídea que agoniza diante de seu olhar de batedor. E enquanto bate as asas num espiral aéreo, avaliando com rapina sabedoria, os prós e contras de seu pouso, padece a raposa, em consternação.
...Saudações madrugais da Raposa que chama pelo Corvo,
Ravenfox...




- O REFUGO DO MISERÁVEL DA NATUREZA HUMANA. –
Dor maior é a de presenciar cenas, onde a protagonista deveria ser você e não é. Cenas que deveriam ser tuas, mas que agora, pertencem a outrem.
Vendo a vida que era unicamente tua, passar a pertencer a outros que são estranhos a ti.
Outros que são, exatamente o inverso adverso do que você sempre foi e desdenhou e ouviu com desdém dos objetos de teus afetos, um mesmo discurso, que, porém, agora, se contradiz na compra da causa e da questão, com todo o seu efeito.
Dor maior é ter que permanecer em pé enquanto por dentro, cai num abismo profundo que não finda...
E mendigar o refugo do miserável da natureza humana, impetrando em silêncio por legítimo espaço ou por reconhecidas cenas, que deveriam ser tuas em acontecimentos que você idealizou viver.
Dor maior é quando te furtam a tua luz e ela se apaga e teu palco te expulsa da trama, dando tuas marcações e movimentos a outros personagens que nem deveriam existir. E protagonizam outros, o que era teu por direito, pois a história foi criada por ti e era tua.
E o refugo do miserável da natureza humana te mantém a margem, observando como um mero e vulgar expectador, amarrando fatos e conectando episódios e eventos, por mais que tentes da cadeira levantar-te, para que sejas tu, obrigado a ali jazer, assistindo o espetáculo transcorrer, sem que possas nele atuar, enquanto te escapa da alma, mas não dos olhos, como areia entre os dedos de tuas mãos.
Dor maior é experimentar e ruminar esses descontentamentos aflitos e açoites amargos, enquanto arrastam-se todos os dias os ponteiros dos relógios. E levantar diariamente, após insones noites, nadando neste mesmo mar de dissabores.
Dor maior é seguir sem estrada, sem rumo, em direção ao nada, sem sequer paisagens afáveis encontrar pelo caminho, pois não te é permitido parar de seguir... Mas ver teu deserto estar paralelo a tantos oásis alheios que não te são possíveis e não te ofertam ou convidam a acolhida ou descanso e pouso em tua árida jornada.
Ter como exercício, ignorar as chagas que se abrem enquanto lâminas te flagelam o peito, vindas de todos os lados. Lâminas que surgem por onde, antes, equivocada, sempre caminhastes com fé, confiando em cada passo, pois pensavas de fato, conhecer o caminho...



- AH, O CAMINHO DE AMENTI... -
21 pilares, 15 portas, 7 salas e os 42 juízes ao lado de Osíris! Erga os braços clamando a benevolência dos deuses e o abrigo junto a sua morada. Permaneça e recite palavras mágicas em frente ao triunvirato concluído por Néfti e Ísis, esperando assim tornar-te um deus e juntar-te aos tais. Após árdua jornada ao transpor as portas da morte, em trevas, em findos ar e água.
Ineficiente e romântica campanha existencial, porém de eficiência política nata! Alinhavou um povo obediente, durante milênios em nome do medo e do poder da morte e dos deuses.
Sigo um simbólico, subjetivo e alegórico caminho interno de Amenti. Ilustração consciente da minha inconsciência.
Mais do um clichê: É preciso sofrer para crescer... Já elucidavam até os antigos egípcios em suas mortalhas épicas.
Cenas se repetem, palavras ecoam em minha mente, fruto do desejo atravessado pela lembrança. Passado que não se renova, inverno interior que não finda. Hórus e Anúbis não me querem . Tão pouco, me reservam o Duat. E os 42 juízes me conduzem novamente até as 7 salas, atravesso as 15 portas, passo um de cada 21 pilares, e volto a minha morada evocando Bacco e Goffanonn, Brighid e Heféstos, Minerva e Mabon... Celtas e gregos, me embalem neste interminável espiral de expiação que nunca acaba...
...Saudações arqueológicas e divinas da Raposa e do Corvo,
Ravenfox...


- MAS NEM POR SÃO CACETE!!! -
Hoje em dia, eu sempre digo: No final tudo é motivação ancestral! Ok podem pensar: - a Raposa surtou,na cozinha da Bianca! - Nem tanto, eu diria! Após uma sucessiva sessão de cafés, regada a muitas vivências, da tragicomédia coletiva no circo da vida: Buda ilumina! Junte os fins aos meios e esta a grande chave do universo aparece, para trocar uns dedos de prosa com a insônia canídea de quem vos escreve.
Chaves do universo, uma taça e uma garrafa escura de Tannat e um maço de Marlboro...
Mas nem por São Cacete! -o digno padroeiro das fêmeas – Eu, criatura consciente e esclarecida, me conformo: Conseguimos assassinar o dito amor romântico, em nome da verdade homicida, dolorosa e factível de que: No fim das contas, festas, esbórnias e ocasiões em que machos e fêmeas dividem o mesmo espaço demográfico, tudo se faz e acontece,por conta do coito. E eu, que só queria tomar uma cerveja e filosofar no boteco pra conseguir chegar em casa e burlar a insônia, me rendi aos ratos de laboratório!
Pasmem,princesas, que caiam os véus, senhores sapos: Prelúdio é alegoria. O Lance,no theend do dia ou da noite, seja no boteco ou na pracinha, é o LÚDIOem si. Com cara de novela do Manoel Carlos, se preciso for ! Mesmo sem intenção de procriação. O mundo é realmente dominado pelos hormônios e baratas. Contudo, deixemos as baratas para depois.
Pós 70, no fútil e banal mundinho globalizado em que vivemos, intenção de procriação só mesmo das pobres almas perdidas na MATRIXdo já passado golpe da barriga, ou de um casal fadado ao bom encontro da antiga trindade histórica: Família, Propriedade e Tradição!Matrix também, por certo, só que com ares de nobreza...
Está tudo aí. Bem dividido e organizado em nossa massa cefálica: Somos neuro/whatever/programados para que seja assim.” A gente é bicho, baby...” Cenários, zonas de conforto, fantasias...O tal amor romântico, climinha ou chame como ilustrar melhor a cena, nada mais é do que a antiga dança do acasalamento ou a célebre clavada na cabeça que os machos ofertavam as suas fêmeas nos primórdios da nossa existência!!Uauuuuuuuuuuuuu, como somos especiais!!! As clavas só mudaram o shape!
Assustador, não? Já sei bem, qual será a próxima frase de leitor, inconformado: - Raposinha, frustrada, hein!!! – Acertei?? Sei que acertei! Só não ganho na loteria porque não jogo...
Envaideça-se, meu querido leitor. Confesso, que nem de todo está equivocado. Mas como é fazendo merda que se aduba a vida... (merda pode na cozinha da Bianca?) Após fertilizar tanto a minha, comecei a buscar alguma jurisprudência para saber por conta de qual hormônio demoniiiiiiíaco, padeci em nome da motivação ancestral, atrás de dopamina, serotonina e eeeendoooorfina...
Estrogênio, é o nome do Gênio do crime!!! Nome de Nerd pra quem, deveria ter no mínimo risada de vilão de enlatado Japonês.
Se eu tivesse que traçar um perfil humano do Estrogênio hoje, ele apropriadamente, deveria ser o de um menino, fruto de um divórcio pós década de 80, criado pela avó enquanto a mãe trabalhava fora. Pobre mãe à procura da grande verdade absoluta do universo feminino: Dividir a pizza ou queimar o sutiã!
Incógnita Mordaz....
A verdade absoluta, é que ter mais de 30 não é fácil hoje em dia. Eu vivo em estado de choque... Entrei em coma social...
Ficamos mais perdidos do que cego em tiroteio,(machos e fêmeas) entre o campo minado do sexo casual e a trincheira do compromisso. Quem é o alpha da relação? Muito pano para pouca manga. Logo, e o que se há de fazer então, com tanto pano????????
Que me perdoem o versinho de pé quebrado, mas...
“Valhei-me São Cacete! Pois é um a escolha de Sofia sair de casa hoje em dia!”
Contudo, há certo acolhimento com cara de consolo saber que, por mais que te pareça que perder a ingenuidade e o romantismo, possa causar um desconforto e um trauma maior do que perderalguma parte do corpo, uma mulher emancipada,que por integral questão de seleção natural, procura sexo casual esperando peneirar até encontrar um parceiro nos moldes tradicionais e um homem canalha, que procura, meter/meter até que a última gota de seu esperma se finde, não importa onde, ou, em quantos buracos, nada mais são do que meros indivíduos regidos pela tallllll: (rufem os tambores, senhores!!!) MOTIVAÇÃO ANCESTRAL!!! Darwin é Deus, eu disse, eu disse....
Admito, sou careta, ingênua e romântica, Felícia de roupa preta, sobretudo, bota de couro e lacinho de caveira. Me encaixo confortável nos moldes da trindade pré 90: Família, Propriedade e Tradição. Sendo assim, entrei em coma social profundo ao me deparar com esta científica constatação. E sinto que meu coma social deflagrou a minha síndrome de Pluft. Traumatizei lá pelos 20 anos, e agradeço pela contribuição deste grande engodo da humanidade. EU TENHO MESMO MEDO DE GENTE!!! E piora a cada dia!!!!Chances de recuperação? Numa outra vida, talvez. Venho exercitando a minha fé, mas prefiro abdominal e flexão, ultimamente, dói menos!
Prometo, como boa tratante que sou... LALALALALA.... Que no próximo BATENCONTRO, esmiuçarei este cadáver por partes. Até lá, que São Cacete nos proteja, porque depois de 1980, o mundo acabou junto com a música e alguém esqueceu de nos avisar!
...Saudações madrugais da Raposa que voa nas asas do Corvo,
RAVENFOX...


- QUASE METÁFORAS EMBOLORADAS, QUASE ALEGORIAS SOMBRIAS -
Dissecando estou, às quase 3 da manhã, um empadão de frango até reduzi-lo a farelos e após fina poeira, me proponho questionamentos... (como se às 3 da manhã, algum questionamento insone fosse realmente proposto...) dentro do nada fecundo e desnatado, momento de vida em que me encontro.
Não respiro e nem sei respirar. Nunca aprendi, sou réu confesso.Passo meus dias arrastando correntesbiofactuais (neologismo, acorda, filho! Dormir pra quê?) e como umagrande massa, pouco nobre, nada prezada física e emocionalmente asmática, respiro pela boca caçando um ar que circula ainda, no entanto, nada fresco, pelo mundo, porém que me despreza, como populares excluem os diferentes na escola.
Será o ar? Ou o espaço,otempo e o movimento, minhas verdadeiras musas neste meu nada fecundo e solitário questionamento?
Do pó ao pó...
Tudo começa e termina assim como o meu empadão de frango.Nem mesmo consegui degustá-lo envolvida pelaânsia insone, com um paladar apurado e correto, digno de sua figura. Quando dei por mim, num desejo psicótico, lá estava eu, como em um thriller cinematográfico, com a colher, reduzindo-o a poeira de trigo e manteiga.
Passei a vida, reduzindoao pó, todos os empadões de frango,que cruzaram o meu caminho, antes mesmo de saboreá-los como seria devido e legitimamente digno.
Será o empadão empoeirado? Ou os encontros e desencontros, as verdadeiras musas neste meu insone e quase sonâmbulo questionamento?
É tudo sempre quase...
Foi tudo sempre quase...
E para sempre, sempre, quase...
Quase cheguei, quase consegui, quase ganhei, quase perdi,quase iluminei, quase obscureci quase morri e olhando hoje para os lados: Quase vivi...
Oquase é um limbo, límbico....límbico...
Percepção e conclusão, pautadas num limiar que tangencia tudo o que me rodeia e, quase vítima, quase orgulhosa e quase heróica,quase cansada, quase resignada e quase entregue, brado em meus particulares rompantes internos: Quuuuuuuuuuuaaaaaaaaaaaaaaaaasssssssssssssseeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!
O movimento do quase é acelerado e leva ao chão,em estampidos ensurdecedores aos ouvidos da alma, como um tiro de canhão, norteando numa analogia histórica, à audição dos Samurais durante seu extermínio. Bombardeia a mente de pressupostos, deduções vãs e cegueira analítica. Macaquinhos mentais pulando de galho em galho e urrando debilmente...
Caminho desvairada, dentro do Ensaio de Saramago... Ofuscada por meus próprios macaquinhos que pulam dentro das minhas masmorrasmentais...
Reúno meus últimos mapas amarelados, remotos e ancestrais, permitindo que possam passear, por entre meus dedos, atravessada porum desejo de porto, camuflado de contemplação. Disfarço assim, minha relação de intimidade com o quase, amenizando com pouco efeito, ou placebo, sua ação sobre o que sou.
Velhos mapas que conduzem a antigas chaves, que se encontram perdidas e esquecidas pelo efêmero do tempo. Chaves que ainda me remetema um abrigo subterrâneo. E tênue alimentam o pouco que ainda me resta de mundano contentamento e alívio.Para saciar a sede do descontentamento que todos buscamos...
Pois é o descontentamento, a ignição da produção humana. A necessidade emergencial de conforto e acolhimento. Já não me descontento mais, tão pouco me contento. Só sigo e sigo só e aceitando passo a passo em profunda analgesia visceral, caminho em direção ao nada, distante do caminho do meio, desejando estar só de passagem,tendo como capenga consolo, um dia, o fim da jornada.
Ora pois, o vinho acabou, são 4 e 54 da manhã e vou então contentar-me, descontentando-me com uma cerveja...
...Saudações madrugais da Raposa que voa nas asas do Corvo,
RAVENFOX...
Diretamente da Confraria - do Ermo -dos Proseiros Malditos...

- A MUSA NEGRA -
Tenho um receio quase louco de que as letras me escapem e eu perca a inspiração maldita de minha escrita. Esta musa negra, que me conforta e me abriga em seus braços, e só com ela e só por ela, mantenho algum foco e esqueço-me do cheiro putrefato do mundo por onde caminho. Me acompanha um medo demente, doido insano, pirado, de que ela também me abandone... E eu perca o fio tênue do prumo que ainda me resta.
Que as janelas de sua caleche se fechem e eu não escute mais a sua voz, me indicando os graus da dor que sinto para que possa reverenciar com palavras, o alento de brisa que tanto almejo. E que nestas palavras, eu expurgue o pus que purga do interno do que sou.
Desapegada e livre, liberta de laços e vínculos, ela vem e vai como uma cigana de saias rodadas e se ausenta por longo tempo, deixando-me órfã das palavras. Calando meus dedos, estrangulando o meu desejo pungente de mitigar o mais brandamente as chamas geladas que me consomem e me queimam impiedosas, por dentro.
Quando aparece, ela me conforta em seu colo, e sopra suave, enquanto escrevo,um ar de pouso e encontro, de lugar e estar, coesos. Ar de água temperada para o banho perfeito; de caverna sem sombra ou alegoria; de verdade sem consternação; de vinho, queijo, pão e figos, de caldo quente ou chá de ervas, de mãe que protege e de pai que provém. Ar de esquilos e pássaros que aparecem à porta para bicar as migalhas do fim de um banquete ou de uma libação e nos extasiam com a visão de felicidade simples, diante de nossos incrédulos olhos.
Ela é tudo o que tenho eunicamente o que de precioso me restou, após o holocausto que vivi. No entanto, ela transita dentro e fora de minhas diversas órbitas e quando desorbito, sinto que ela evidencia e me carrega em seus braços, quando não mais consigo percorrer o chão de pedras conflagradas, do cenário que me foi ofertado pelo mundo. E sem esta Senhora Negra, me consumirão , tenho certeza, as labaredas do chão. Então, padeço de temor, pelo seu possível desamparo ou renúncia. Penso formas de conquistá-la, mimos, para que junto a mim permaneça. Porém, nada a compra ou afaga. Ela vem e vai, com suas saias rodadas, livre dos desapegos e nas madrugadas insones, aparece quando quer e guia ou não, os meus dedos...

...Da Raposa que espera pelas asas do Corvo,
RAvenfox